Trilogia Grande Sertão: Veredas estreia no Teatro Glauce Rocha com Gilson de Barros

Foto: Renato Mangolin


De 3 a 19 de outubro, ator apresenta três peças inspiradas na obra de Guimarães Rosa, com direção de Amir Haddad


O ator Gilson de Barros estreia no Teatro Glauce Rocha para apresentar as três peças que compõem sua aclamada Trilogia Grande Sertão: Veredas, com direção do renomado Amir Haddad. As apresentações acontecem de 03 a 19 de outubro, com sessões às sextas e sábados às 19h, e aos domingos às 18h. Às sextas-feiras, o espetáculo apresentado será Riobaldo, indicado ao Prêmio Shell 2023 nas categorias de Melhor Dramaturgia e Melhor Ator; aos sábados, entra em cena No Meio do Redemunho; e aos domingos, o público poderá assistir a Julgamento de Zé Bebelo. Trata-se de uma oportunidade de acompanhar, em sequência, três montagens inspiradas na obra-prima de Guimarães Rosa, interpretadas por um dos grandes nomes do teatro brasileiro contemporâneo.


O projeto Trilogia Grande Sertão: Veredas teve início em 2020, com a estreia do espetáculo "Riobaldo", que conquistou reconhecimento ao ser indicado ao Prêmio Shell 2022 nas categorias de Melhor Ator e Dramaturgia. Em 2022, foi a vez da segunda parte, "O Diabo na Rua, No Meio do Redemunho", estrear e dar continuidade ao projeto da obra de Guimarães Rosa. Desde então, o projeto tem percorrido diversas cidades do Brasil, além de ter se apresentado internacionalmente em Portugal e Bogotá, levando a rica cultura brasileira a plateias diversas.



“A montagem preserva a especificidade da linguagem poética de Guimarães Rosa, utilizando técnicas de interpretação narrativa que permitem uma imersão profunda na história, respeitando a riqueza linguística do autor.”, diz Gilson de Barros.


O espetáculo, realizado pelo ator Gilson de Barros e dirigido pelo consagrado Amir Haddad, traz à tona a complexidade da justiça e da moral no sertão brasileiro, com uma encenação que reflete os estudos intensivos da obra de Guimarães Rosa. "O Julgamento de Zé Bebelo" integra a trilogia que inclui ainda as peças "O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho" e "Riobaldo", consolidando-se como uma imersão profunda no universo roseano.


“O espaço cênico minimalista, com poucos elementos visuais e sonoros, foi concebido para não sobrecarregar a narrativa, criando um ambiente propício para que o espectador se entregue à força da história e às questões universais que permeiam a obra.”, acrescenta o diretor Amir Haddad.

Foto: Renato Mangolin 


Guimarães Rosa pelo olhar de Amir Haddad e Gilson de Barros


Amir Haddad - @amirhaddadreal


Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.


Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis.


Gilson de Barros - @gilsondebarrosator

Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação. A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.


O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra-prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!


Trecho da crítica de Furio Lonza


“...Riobaldo é teatro na veia, um Guimarães pocket, algo de novo na dramaturgia nacional; sem adereços, sem cenografia e sem figurinos, mas com uma luz abrasiva pilotada pelo experiente Aurélio de Simoni. Em cena, Gilson de Barros administra o tempo e o espaço como se fosse um demiurgo regendo o sol do sertão, uma espécie de deus onisciente que acompanha com ternura passo a passo as andanças de suas criaturas lá embaixo, nas veredas de um mundo lancinante e despreparado para conceber uma lógica formal do cotidiano...”


SINOPSE


Riobaldo

Personagem central do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, o ex-jagunço Riobaldo relembra seus três grandes amores: Diadorim, Nhorinhá e Otacília. O incompreendido amor por Diadorim, o amigo que lhe apresentou a vida de jagunço e lhe abriu as portas do conhecimento da natureza e do humano, levando-o ao pacto fáustico; o amor carnal e sem julgamentos pela prostituta Nhorinhá; e o amor purificador por Otacília, a esposa, que o resgatou do pacto fáustico e o converteu em ‘homem de bem’.


No meio do Redemunho


Riobaldo, um ex-jagunço, hoje um velho fazendeiro, conversa com um interlocutor (o público). Nesse encontro, cheio de filosofia, ele conta passagens de sua vida e reflete sobre a dialética: bem e mal, Deus/diabo. Na juventude, por amor a Diadorim, e para conseguir coragem e força, fez o que julga ser um pacto fáustico. Durante a narrativa, o personagem se vale de várias histórias populares, para questionar: “o diabo existe?”.


O Julgamento de Zé Bebelo


"O Julgamento de Zé Bebelo" retrata um dos momentos mais emblemáticos de "Grande Sertão: Veredas", onde um chefe jagunço, ao ser derrotado, exige um julgamento justo, desafiando as tradições violentas do sertão.


Mini Bio


Amir Haddad (diretor) – Diretor e ator brasileiro, é co-fundador do Teatro Oficina, posteriormente rebatizado como Uzyna Uzona, onde dirigiu produções notáveis e recebeu reconhecimento pela sua habilidade na direção. Fundou grupos teatrais influentes como A Comunidade e o grupo Tá na Rua, e ao longo de sua carreira participou de diversos projetos, incluindo encenações de Shakespeare e colaborações em shows. Atualmente, Haddad continua ativo, liderando o Grupo Tá Na Rua e dirigindo ou supervisionando peças com renomados artistas.


Gilson de Barros (ator e dramaturgo) – Indicado ao Prêmio Shell 2023 nas categorias de Melhor Dramaturgia e Melhor Ator, este notável operário do teatro destaca-se por sua versatilidade como ator, gestor e dramaturgo. Com formação em Artes Cênicas pela UNIRIO, sua sólida trajetória inclui colaborações com renomados diretores como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira e Domingos Oliveira, além de uma significativa parceria artística com Amir Haddad na Trilogia Grande Sertão: Veredas. Com mais de 25 peças em seu currículo, atuou em produções diversas, como "Bolo de Carne" de Pedro Emanuel, dirigido por Yuri Cruschevsk; "Murro em Ponta de Faca" com texto e direção de Augusto Boal; e "A Tempestade" de Shakespeare dirigido por Paulo Reis, entre outras. Seu talento foi reconhecido com prêmios destacados, incluindo Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio em 1982 e o prêmio de Melhor Ator no Festival de Teatro SATED/RJ em 1980.



Ficha Técnica

 


Riobaldo

A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa

Recorte e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Cenário e figurinos: Karlla de Luca

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha e Pedro Azamor

Fotos e vídeos: Renato Mangolin

 


O Diabo na rua, no meio do Redemunho

A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa

Recorte e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Cenário e direção de arte: José Dias

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha e Pedro Azamor

Fotos e vídeos: Renato Mangolin

 


O Julgamento de Zé Bebelo

A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa

Recorte e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Cenário e direção de arte: José Dias

Figurinos: Karlla de Luca

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha e Pedro Azamor

Fotos e vídeos: Renato mangolin

 

Realização: Barros Produções Artísticas Ltda.

 

Serviço

 

Teatro Glauce Rocha

Av. Rio Branco, 179 - Centro, Rio de Janeiro - RJ

Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia).

Informações: (21) 2220-0259

Duração: 70 minutos

Sexta e Sábado às 19h00, Domingo às 18h00

Classificação etária: 16 anos

Capacidade: 204 lugares

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