PL nomeia Eduardo Bolsonaro líder da minoria em meio a risco de cassação

 

Indicação é vista como manobra para blindar mandato do deputado, que está há meses nos EUA; PT promete contestar decisão na Justiça

O Partido Liberal (PL) anunciou nesta terça-feira (16) a escolha do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como novo líder da minoria na Câmara dos Deputados. A decisão surge em meio à pressão pelo excesso de faltas do parlamentar, que está nos Estados Unidos desde março sem previsão de retorno ao Brasil.

Eduardo ultrapassou o limite permitido de ausências não justificadas desde julho, quando terminou sua licença. No entanto, uma regra interna da Casa aprovada em 2015 estabelece que integrantes da Mesa Diretora ou líderes de bancadas não precisam apresentar justificativas de presença. Essa brecha regimental foi o que possibilitou ao PL blindar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de um processo de cassação.

Caroline de Toni abre caminho

Reação da oposição

Conflito em escalada

Para viabilizar a manobra, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) renunciou à liderança da minoria e assumiu como vice-líder. Na prática, caberá a ela a função de representar fisicamente a oposição em votações e reuniões, enquanto Eduardo mantém o cargo mesmo a distância.

A movimentação gerou forte reação do PT, que promete recorrer tanto à Mesa Diretora da Câmara quanto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A legenda questiona se a prerrogativa de faltas abonadas pode ser aplicada a lideranças de blocos, como a da minoria, e não apenas aos líderes de partidos.

Além disso, petistas acusam Eduardo de usar o posto para atuar politicamente fora do país, em articulações consideradas contrárias aos interesses nacionais.

Com Eduardo Bolsonaro ainda em solo americano, o caso deve se tornar mais um ponto de tensão entre governo e oposição. Enquanto aliados tentam mantê-lo no cargo, a disputa em torno da legalidade da indicação promete aquecer o cenário político nos próximos dias.