O curta-metragem “Jaz” foi selecionado para a 16ª edição do FESTIN – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que acontece entre os dias 2 e 8 de junho, em Lisboa
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Foto: Divulgação |
Dirigido por Liza Gomes e escrito por Alexei Waichenberg, o curta "Jaz" representa o Brasil no FESTIN 2025 com uma narrativa delicada sobre escuta, encontros e ausências
O curta-metragem “Jaz” foi selecionado para a 16ª edição do FESTIN – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que acontece entre os dias 2 e 8 de junho, em Lisboa. Escrito por Alexei Waichenberg e dirigido por Liza Gomes, o filme propõe uma experiência silenciosa e poética sobre temas como o afeto intergeracional, a escuta e a ausência.
Com uma narrativa que dispensa diálogos, “Jaz” acompanha o encontro entre dois homens em momentos distintos da vida: um mais velho, vivido por Waichenberg, que se despede de afetos e memórias; e um jovem, interpretado por André Loddi, que vive o abandono social. Entre os dois, um silêncio cheio de significado.
“'Jaz' fala da ausência, mas também do que permanece. É um filme sobre a escuta, sobre quando a gente se vê no outro. Sobre quando uma memória encontra um corpo novo. E é também sobre os afetos que ficam, mesmo depois das pessoas irem embora”, afirma Alexei Waichenberg, autor do roteiro. “Por ser um filme silencioso, ele convida o espectador a observar, sentir, ouvir o que não é dito. E isso, pra mim, é muito poderoso, porque o mundo está barulhento demais.”
A escolha por um filme não falado é também um gesto estético e político. Em tempos de ruído, “Jaz” propõe a pausa, a presença e a escuta como formas de resistência.
“Em ‘Jaz’, há um pacto de presença entre dois personagens que, mesmo sem palavras, se escutam profundamente. A inclusão está também em reconhecer o outro sem tentar moldá-lo, acolher sem impor. É um filme que fala de diferenças, mas também daquilo que nos conecta: o desejo de ser visto, lembrado, escutado”, diz a diretora Liza Gomes.
Liza Gomes vem se consolidando como uma das vozes mais sensíveis do cinema autoral brasileiro. Em 2024, ela recebeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem no Inffinito Brazilian Film Festival, em Miami, com o filme “Bodas de Ouro”, que também foi exibido no Festival de Cannes e no próprio FESTIN, em Lisboa, onde conquistou menção honrosa do júri. O filme foi eleito o melhor curta-metragem do festival pelo voto popular.
A seleção de “Jaz” no FESTIN reforça o prestígio da diretora e o alcance do cinema brasileiro contemporâneo. O festival é um dos mais relevantes dedicados à produção audiovisual dos países de língua portuguesa, com curadoria voltada para obras que dialogam com a diversidade, a memória e os desafios sociais.
Além do FESTIN, “Jaz” também acaba de ser selecionado para o Festival See The Sound, em Colônia, na Alemanha, que será realizado no mês de julho, ampliando ainda mais sua trajetória internacional.
“Jaz” é um filme sobre gestos. Sobre o que fica quando a palavra se retira. Sobre o que se transmite entre corpos que não se conhecem, mas se reconhecem. Um cinema de escuta que convida, com delicadeza e profundidade, o público a fazer o mesmo.
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