Covid-19: Em meio à pandemia Cosmos e Inhoaíba ignoram a quarentena

Região ignora a existência da pandemia. - Foto: Lorran Matheu

Nesta semana pude ver de perto e analisar a realidade de alguns bairros da zona oeste da cidade em meio a pandemia. Estive caminhando pelas ruas de Cosmos, Inhoaíba e Paciência. E me senti como se estivesse em um recorte de nossa realidade. Indo além dos números frios da secretaria municipal de saúde pude ver comércios, bares e salões de beleza em plena atividade, sem realização das medidas necessárias, recebendo pessoas sem máscaras e sem nenhum tipo de higienização.


Ao andar pelo bairro de Cosmos ouvi comentários a respeito de grandes aglomerações com a realização de encontros (reunião de jovens com carros tunados e com som extremamente alto) na Praça do Redondo, localizada no centro do bairro e conhecida por seus eventos. Diante disso decidi analisar os números da pandemia na região.


Encarando a realidade


Vista panorâmica do bairro de cosmos. - Foto: Lorran Matheu

Diferente da tranquilidade vista pelas ruas, a situação na zona oeste é alarmante. A região lidera o ranking de bairros com os maiores números de contaminação e mortes por Covid-19 na cidade. Campo Grande e Santa Cruz tem 1.382 e 615 casos confirmados de corona vírus respectivamente.

Dentre bairros no eixo Campo Grande - Santa Cruz, Paciência aparece em destaque. O bairro já registra mais de 300 casos confirmados da doença, a região ainda possui 7 casos ativos de Covid-19. Se somarmos, os números dos bairros limítrofes de Cosmos e Inhoaíba teremos mais de 420 casos da doença.

A comunidade do Vilar Carioca, localizada em Inhoaíba ainda apresenta uma realidade ainda mais desafiadora, além de ignorar a orientação de isolamento social, o posto de saúde Adão Pereira Nunes responsável por atender mais de 22 mil pessoas ainda não realiza testes para identificar a doença.


Relatos reais


Brunno Dantas, morador de Campo Grande, viu seu tio e uma amiga da família terem suas vidas findadas pelo vírus. Seu tio integrava o grupo de risco por ser fumante e sua conhecida já tinha mais de 85 anos, e contraiu o vírus por descuido de parentes. Ao ser questionado sobre a sua visão a respeito da pandemia o estudante de enfermagem  declarou:


Eu enxergo essa situação como algo muito preocupante, além de que muitas pessoas ainda têm a audácia de falar que nada está acontecendo. Hoje mesmo vi dois idosos sem máscara no calçadão e outros 5 com o nariz descoberto. 

 

A também estudante de enfermagem Sara Lopes, de 22 anos, relatou um pouco do que sentiu ao conviver com a doença. Sara sentia dores incessantes por todo o corpo, e um cansaço intermitente, acompanhada de muita falta de ar e dor no peito. Segundo a jovem ela não conseguia permanecer de pé por muito tempo.

Para as pessoas que acham que é brincadeira... não é brincadeira! A gente só tem consciência do caso quando nós somos os infectados e eu mesmo tendo o devido cuidado fui infectada. Imagine quem não tem.

 

Os dados presentes nesta reportagem foram cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde e por fontes do Antena Carioca.


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