História
Em entrevista a revista Comunicação Social de abril de
1996, Fausto Faria, responsável pela edição do programa
na época, afirma que a Voz começou a ser veiculada no
dia 22 de julho de 1935, no governo Getúlio Vargas. Sua
primeira edição foi apresentada pelo locutor carioca Luiz
Jatobá.
Naquele período, chamava-se Programa Nacional. De
1934 a 1962, era levado ao ar com o nome de Hora do
Brasil. A transmissão obrigatória do programa por todas
as emissoras de rádio do país, em rede nacional,
iniciou-se após 1938.
Nos primeiros 25 anos, apenas os atos do Poder
Executivo eram divulgados. Este perfil editorial mudou
em 1962, quando o Congresso Nacional passou a
integrar o noticiário.
A partir daquele ano, o Senado e a Câmara dividiram a
segunda meia hora do programa. Também em 1962
ocorre a mudança de nome, com o programa passando
a chamar Voz do Brasil.
Na década de 30, a geração do programa era
responsabilidade do Serviço de Publicidade da Imprensa
Nacional. No fim de 1939, passou a ser gerado pelo
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Em 1945, a geração ficou a cargo da Agência Nacional,
órgão do Departamento Nacional de Informações, que
substituiu o DIP. Em 1962, o noticiário oficial ficou sob
responsabilidade da Empresa Brasileira de Notícias
(EBN), que foi substituída em 1988 pela Radiobrás.
Atualmente, a Voz do Brasil é regulamentada pelo
Código Brasileiro de Telecomunicações.
Atualmente, os primeiros 25 minutos da Voz do Brasil
são produzidos pela Radiobrás - Empresa Brasileira de
Comunicação, e gerados ao vivo, via Embratel, para todo
o Brasil.
Em 1995, a Voz do Brasil entrou para o Guiness Book
(livro de registro dos maiores feitos de pessoas e
entidades no mundo inteiro) como o programa de rádio
mais antigo do Brasil. O noticiário também é o mais
antigo programa de rádio do Hemisfério Sul.
Voz do Brasil para a população distante
A Voz do Brasil faz parte da história de radiodifusão
brasileira. Além de ser o programa mais antigo do rádio,
a Voz do Brasil também é muito ouvida. Pesquisa do
Instituto DataFolha, feita em dezembro de 1995, informa
que 88% dos brasileiros com idade acima de 16 anos
conhecem A Voz do Brasil. Mais da metade deles
aprovam que o programa seja obrigatório. A mesma
pesquisa mostra que nas regiões Nordeste e Centro-
Oeste a audiência é maior. Dois terços dos entrevistados
dessas regiões que conhecem A Voz do Brasil ouvem o
programa regularmente, "índice de dar água na boca até
em novelas transmitidas pela televisão", segundo a
jornalista Ana Bela Paiva, em matéria publicada no
Jornal Brasil. (4)
O Brasil vai muito além dos grandes centros urbanos.
Os brasileiros que moram longe das metrópoles contam,
muitas vezes, com apenas um rádio para obter
informações sobre o que acontece no país. Nesses
locais, os grandes jornais chegam com atraso de até
dois dias. As rádios instaladas nas grandes cidades não
têm interesse nem transmissores capazes de levar
informações para esse grupo de pessoas que moram em
locais distantes. O programa A Voz do Brasil ocupa esse
espaço.
Fatos curiosos
A produção do programa A Voz do Brasil reúne fatos
curiosos ao longo dessas décadas. Um deles, foi a
transferência da produção do programa, do Rio de
Janeiro para Brasília (1961).
Dizem que essa mudança de local não foi só porque a
governo estava na nova capital federal, mas também por
causa dos "bilhetes" de Jânio Quadros, presidente na
época.
Jânio costumava enviar notas e recados de última hora
para serem lidos, mesmo com o programa no ar. Às
vezes, a VOZ DO BRASIL ultrapassava o tempo normal
para levar ao ar os "recados" de última hora do
presidente Jânio Quadros.
As mudanças
A VOZ DO BRASIL já foi reformulada diversas vezes.
Durante o Governo Militar, ficou determinado que
deveriam ser retiradas do noticiário palavras e
expressões que representassem algum tipo de ameaça
ideológica ao regime. O verbo "denunciar", por exemplo,
teve seu uso proibido.
Ao fim do regime Militar e a instalação da Nova
República, a VOZ DO BRASIL começa a sofrer os
primeiros sinais de desgaste. A queda de audiência e
popularidade comprova o fato. A justificativa é que a
nação estava empenhada pelos ideais de democracia,
contestando todos os resquícios de autoritarismo.
A VOZ DO BRASIL passou, então, a ser lembrada como
a marca viva dos governos autoritários a que o país
esteve submetido. O texto formal, o estilo de locução e a
técnica do programa já não agradavam mais. É quando,
em 1998, a direção da Radiobrás promove uma
reformulação do noticiário.
Embora preservando a oficialidade, a VOZ DO BRASIL
tornou-se um radiojornal de qualidade compatível aos
grandes noticiários de emissoras comerciais brasileiras.
Primeiramente, modificou o texto, tornando-o mais leve
desde a saudação de abertura: "Em Brasília, 19 horas",
agora de importância secundária, cede lugar ao Boa
Noite.
A cobertura dos fatos políticos no programa é ampliada.
No aspecto técnico, o programa passou a usar trilhas
sonoras, e vinhetas curtas.
A Voz do Brasil também ganhou uma locutora em 1998,
desfazendo o padrão de quase 50 anos, quando só as
vozes masculinas liam o jornal.
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