Teatro de cordel leva magia do folclore para Manguinhos

 

Foto: Divulgação

Projeto em teatro de cordel recria lendas do folclore brasileiro em Manguinhos, no Rio de Janeiro

O Teatro em cordel conta o Brasil das lendas da cultura popular brasileira em três apresentações no Rio de Janeiro, estreando na Biblioteca Parque de Manguinhos, no dia 10 de setembro. Com o incentivo do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc, apresentam o projeto “Contando o Imaginário”.

Com elementos que homenageiam personagens fundamentais na história como Câmara Cascudo, Saci Pererê, Cacique Touro Amuado, entre outros,  será  uma circulação do Teatro em Cordel voltada para o público infanto-juvenil e conduzida pelo cordelista e ator Edmilson Santini.


CONTANDO O IMAGINÁRIO


“Contando o Imaginário” tem direção de Claudio Mendes e apresenta uma releitura de 3 histórias escritas em momentos diferentes e motivações semelhantes. A ideia é recriação de lendas presentes no imaginário brasileiro, conta Edmilson Santini. A apresentação, que dura em torno de 1 hora tem como ponto de partida o descobrimento do Brasil. Além de Santini, o elenco conta com a atriz Giselle Mota.

Uma das histórias apresenta a Aldeia Xinguaçu, com personagens e conflitos em torno da dinâmica entre indígenas e portugueses, promessa de casamento, magia e uma lenda sobre o Pau-Brasil.

Já em “Um Príncipe de Uma Perna Só” o personagem apresentado, sugerido já no título, é o Saci Pererê. Com a missão de salvar a Floresta São Saruê, um Santuário da Cultura Popular, Saci tenta levar tudo o que é lenda para o Reino de Ouricuri, evocando a presença de Câmara Cascudo, folclorista maior. A história retrata o Saci Pererê como legítimo guardião da diversidade poético-racial do Reino de Saruê.

Na história “De Volta à Festa No Céu”, as crianças tomam o palco e interagem diretamente com os atores. Neste momento a saia de fitas da atriz, girando numa grande roda, resgata a tradição das cirandas.

“Essa maneira de recontar as lendas é uma forma de resgatar a memória que vai se afastando do público com o andar do tempo, com a modernidade e com as novas tecnologias”, conta Edmilson Santini.

A coordenação do projeto é de Agosto Pra Tudo com produção do Instituto de Tradições Nordestinas e Populares, da Mundus Produções, da Tambores de Iguaçu Produções, da Ms Mohr Produções e do Agito Cultural. Toda contação de histórias do projeto é acompanhada por música e fantoches. O público interage com o espetáculo, participando das cantigas de roda e conversando com os bonecos.


Foto: Divulgação


GISELLE MOTTA E EDMILSON SANTINI

Há 8 anos Edmilson e Giselle iniciaram a parceria do projeto “Contando o Imaginário”. Giselle Motta, atriz formada no circo, é bailarina e teve destaque no cinema nacional no longa-metragem “O Palhaço”, de Selton Mello. Também é pesquisadora da cultura popular e mestranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Uberlândia.

“Poder fazer parte dessa obra me enche de felicidade porque nos conecta à nossa ancestralidade”, reflete Giselle Motta.

Conhecido cordelista natural de Pernambuco, Edmilson Santini é um artista brasileiro múltiplo. Além de cordelista com mais de 30 anos de estrada, Santini é ator, escritor, poeta e educador. Sua paixão pela arte e literatura o levou a explorar diversas formas de expressão, enriquecendo o cenário cultural com sua criatividade e versatilidade. Edmilson Santini tem em seu currículo apresentações no Sesc, em festivais nacionais e internacionais e é reconhecido pela sua trajetória e por ter mais de 40 cordéis escritos e publicados ao longo de sua carreira. Todo o seu trabalho pode ser acompanhado no site https://www.teatroemcordel.com.br000/ mantido pelo próprio artista. Santini realiza oficinas no projeto anual Olhar Nordestino, em Nova Iguaçu e  representou a Literatura de Cordel, em 2024, do livro Memória Viva: Um Olhar Nordestino.


A TRADIÇÃO DO CORDEL

A tradição do cordel tem origem na Europa no século XII e XIII, na era dos Trovadores. Eram figuras que cantavam e embalavam as cidades com seus versos em prosa, disseminados através da oralidade. Só na era da Renascença, com a criação de novos métodos de cópia e impressão, nasceu os primeiros indícios de literatura de cordel. O nome tem origem na forma em que esses eram vendidos, pendurados nas cordas dos jornais da cidade de Portugal. No Brasil, ela se estabeleceu através dos repentistas que cantavam os versos nas bancas de jornais e disseminaram essa cultura por essa região nordeste do Brasil. Com o movimento de migração do século XIX, milhares de nordestinos se estabeleceram na região sudeste impactando a cultura.

“[...] e até já que agora eu vou / degustar um bom beju / com carne de bom tatu / que para a aldeia eu voltou”.

As outras apresentações serão na Praça Ceu, do bairro Jardim Paraíso, em Nova Iguaçu, e a terceira será na Biblioteca Pública Municipal Leonor Leite Bastos de Souza, em Maricá, na Região dos Lagos, em datas a serem divulgadas em breve.


Foto: Divulgação


SERVIÇO:

Dia: 10 de setembro de 2025, às 15 horas

Local: Biblioteca Parque de Manguinhos

Agendamento escolar: 21 99269 3955 Rosi

Entrada: Gratuita

Coordenação Agosto Pra Tudo

Produção: Instituto de Tradições Nordestinas e Populares, Mundus Produções, Tambores de Iguaçu Produções, Ms Mohr Produções, Agito Cultural

Direção: Claudio Mendes

Elenco: Edmilson Santini e Giselle Motta 

Percussão: Eurico Zen

Deixe seu comentário!

Envie um comentário com a sua opinião, sugestão ou correção. O Antena Carioca não aceita comentários:

1. Com ofensas e/ou com palavrões;
2. Com assuntos não relacionados ao tema do post;
3. Com propagandas ( spam );
4. Com ofensas a pessoas;
5. Para sua segurança, não coloque dados pessoais no
comentário.

Postagem Anterior Próxima Postagem
google-site-verification: google979cc243b6cbe575.html google.com, pub-5128551857941420, DIRECT, f08c47fec0942fa0