Você sabia que a origem de um dos bairros mais famosos da zona norte está ligada aos padres jesuítas e ao cultivo da cana de açúcar? Isso mesmo!
Praça Saens Pena - Foto: Arquivo |
A origem da Tijuca remonta à segunda metade do século XVI, quando padres jesuítas se instalaram no local, por volta de 1565. O terreno entre o Rio Comprido e Inhaúma foi dado aos Jesuítas graças a uma interferência de Mem de Sá, que esperava que os padres pudessem tirar sustento dessas terras para assim levar adiante os trabalhos da igreja.
Na época, a região era extremamente diferente de hoje em dia, bem inóspita, com pântanos e matas. Lá, a Igreja São Francisco Xavier foi construída inicialmente pelos jesuítas. Em 1567, a pedido de Mem de Sá, o Padre José de Anchieta transferiu o Colégio de São Vicente para o Rio de Janeiro e participou da construção. A partir da década de 1580, os jesuítas construíram três engenhos de açúcar.
Significado do Nome
Tijuca: na língua Tupi quer dizer quer dizer “charco”, “pântano”, ‘’lamaçal’’ , ‘’alagadiço’’.
Mudança de rumo
A autonomia e a influência dos jesuítas nas terras brasileiras colocaram a Coroa portuguesa em alerta. Então, em 1759, eles foram expulsos do Brasil pelo Secretario de Estado Portugues Marques de Pombal. Na época, a sesmaria de Iguaçu, onde hoje se localizam os bairros do Rio Comprido, Estácio, São Cristóvão, maracanã, Tijuca, Vila Isabel, Grajaú, Andaraí, Engenho Novo, Méier e Benfica, foi vendida pelo governo para novos sitiantes.
Por volta do século XIX, o café começa a ser plantado na região. Com o tempo, a produção se tornou muito grande e a Mata Atlântica começou a ser devastada. Isso causou um forte impacto em dom Pedro II, que ordenou o replantio de árvores na região. Em 1861, as florestas da Tijuca e das Paineiras foram declaradas pelo Imperador como ‘’Florestas Protetoras’’. Então, teve início um processo de desapropriação de chácaras e fazendas, com o objetivo de promover o reflorestamento e permitir a regeneração natural da vegetação. Um ano depois, 8 mil mudas haviam sido plantadas; e em apenas 13 anos, mais de 100 mil!
O nascimento de um bairro
Tijuca em 1825, por Thomas Ender - Foto: Rio de Janeiro Aqui |
O bairro começou a ser formado na segunda metade do século XIX, e os moradores eram, na maioria, os ricos da época. Em 1859, os primeiros bondes sobre trilhos, movidos por tração animal, começaram a circular pelo bairro. Em 1862, os veículos foram adaptados para serem movidos a vapor. Porém, em 1892, o bonde elétrico começou a funcionar, numa linha que pertencia à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, e levava os passageiros do largo da Carioca até a rua Dois de Dezembro.
Entre o fim do século XIX e o início do século XX, a Tijuca tinha muitos hotéis, usados para moradia e também para veraneio.
Em 1908, a energia elétrica regular foi implantada. Dessa forma, em outubro de 1909, foi inaugurado o primeiro cinema da região, o Pathé Cinematográfico. Até o final da década, mais nove cinemas foram abertos na Tijuca. O bairro acabou ganhando a fama de ‘’Broadway tupiniquim’’.
Novos cinemas surgiram entre os anos de 1940 e 1970. O ‘’Olinda’’, de 1942, foi o maior cinema da América do Sul, com 3.500 lugares, mas acabou sendo demolido em 1970.
Na década de 50, com a inauguração do Maracanã (1950), na época o maior estádio do mundo, os cinemas da Tijuca começaram a entrar em decadência.
Três das mais importantes escolas de samba do Rio de Janeiro são do bairro: a Unidos da Tijuca, fundada em 1931, na comunidade do Borel; o Império da Tijuca, fundado em 1940, na comunidade da Formiga; e a Acadêmicos do Salgueiro, de 1953, da comunidade de mesmo nome.
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